O texto que trago abaixo não é meu, mas confesso: eu queria tê-lo escrito! Aliás: é meu, sim! E é seu, é de todxs aqueles que se sentirem representadxs por ele. Não é mesmo?!
Tomei contato com esse texto via facebook (sim, tem MUITA coisa interessante sendo pulverizada por lá). Logo que o li, pensei: tenho que postar esse texto no blog, mais como forma de registro do que qualquer outra coisa. Posto-o pra que fique "guardado", pra que eu e você e qualquer pessoa possa lê-lo quando e quantas vezes desejar.
Do que ele fala? De incentivo ao incrível e libertador ato de escrever, seja lá qual for a sua motivação. Escrever, simples assim. Mesmo que ninguém leia, escreva! Tenha em mente que seu principal leitor será você mesmx. É isso mesmo: eu, por exemplo, falo e escrevo comigo e para mim! Eu me conheço melhor quando faço isso. Sinto e vejo coisas que seria incapaz de perceber sem esse autodiálogo. Escrevo por e para mim. Se outras pessoas lerem, muito bem; se não, o objetivo primordial já foi atingido no ato mesmo de escrever.
Ah, que tal um desafio? Escreva um texto. Seja ele sobre o que for, com a quantidade de linhas que tiver, com ou sem erros gramaticais... Escreva! Se quiser, me envie por e-mail (leandroleal@live.com) que eu publico aqui no blog. Que tal?!
Enfim, deguste o texto (bastante poético) que trago a seguir. Que ele lhe sirva de incentivo!
Até a próxima...
"Escrevo com o ouvido de dentro", texto de Guilherme Moreira Jr.
Pinto palavras para transcender sentimentos. O coração inflama ávido por momentos sinceros, destilando prazeres e nuances.
Escrever nunca foi uma obrigação. Bordar frases com substantivos,
adjetivos e argumentos acerca dos fatos cotidianos, da imensidão das
artes e dos poros sentimentais vividos até então, na verdade sempre
foram escapismos claros, mas honestos de fazer sorrir o meu eu
imaginário e ainda assim presente ao alcance das mãos.
Há quem escreva para satisfazer inseguranças vis das inúmeras
problemáticas constituídas no viver. Outros escrevem para fazer valer a
sua própria voz. Alguns outros para desmistificar personalidades,
entidades ou simplesmente por vontade de costurar dados informativos com
propriedades e finalidades políticas e religiosas. Não disponho de
absolutamente nada contra os corajosos que enveredam nos caminhos
citados. Certas vezes, eu mesmo preciso alimentar o pensamento agridoce e
participar das fomentas sociais. Ainda assim, o prazer quantitativo da
escrita reside na simples janela de saciar uma sede romântica e ingênua
de expulsar os ritmos desconcertantes do coração na tentativa serena da
aproximação quase platônica entre eu e eu mesmo.
Remando contra todas as normas gramaticais e regras estabelecidas
para se estruturar um texto, penso na escrita como forma de liberdade. É
o diálogo puro entre o sentimento e a razão, e nessa conversa íntima, o
mais importante é escrever por querer. Porque respirar palavras no
papel é antes de tudo um exercício de carinho. Uma espécie de conjuntura
do amor, talvez. Existe leveza, tranquilidade e paz.
Ainda hoje argumentam que o ato de escrever é um dom. Eu discordo.
Escrever com o ouvido de dentro é sublinhar sensações, tateando o
pensamento e sorrindo gentilmente ao coração que só pode dizer aquilo
que realmente sente quando lhe é proporcionado à voz mais antiga,
imperfeita e legítima de todas. Escrevo. Escreva. Muito ou pouco. Com ou
sem sentido. De qualquer forma ganha-se tempo, memória, vida e cores.
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