sábado, 26 de junho de 2010

Das tristezas da vida (Parte 1)

Sim, realmente faz muito tempo que não atualizo o blog. Por minha culpa, minha tão grande culpa? NÃO, claro que não. A culpa é do sistema, como sempre! (rs) A minha tarefa aqui hoje é falar de coisas ruins, embora eu esteja no pólo POSITIVO da bipolaridade. Como prometido, hoje falarei da minha época obscura, do período que descobri ter um pequeno tumor.

Fevereiro de 2004, quando inicio o meu curso de Técnico em Agropecuária, no Colégio Técnico Agrícola 'José Bonifácio', campus Unesp de Jaboticabal-SP. Lá passei o ano mais cheio de emoções de toda a minha vida! Tudo corria bem, mas comecei a sentir algumas dores no peito, no pescoço, nas pernas, quase no corpo todo rs. Me encaminhei à UNAMOS (posto de saúde da Unesp), fui atendido pelo plantonista e encaminhado à Fernanda, assistente social. Motivo: o médico suspeitou que minhas dores fossem decorrentes de estado depressivo (pois eu era muito ligado à minha mãe e estaria ali sentindo falta excessiva dela). E daí decorreram uma série de tratamentos para depressão, incluindo medicamentos FORTES e terapias. Tudo parecia estar sendo resolvido, com excessão de um detalhe: as dores não sumiam!

No final de abril, já com dois meses de tratamento extensivo, eis que acontece o ápice da história: estava  feliz e contente no estágio quando senti meu corpo amolecer e só acordei deitado na maca, dentro da Unamos. Já com a consciência (?) recuperada, o médico me pediu pra sentar. De longe, ele me observava (e NADA falava!). Eu estava preocupado, pois nunca havia acontecido algo daquela forma, e o médico lá, sem dizer uma só palavra. Depois de alguns minutos (que pra mim pareceram horas), o médico se levanta, vem ao meu encontro e diz: 'Você acredita em espíritos'? Eu, meio sem entender, respondi que sim. E eis que ele conclui: 'Sou médium e acabei de dar uma espécie de passe em você. Descobri que o seu problema está no seu pulmão, onde deve haver alguma manifestação maligna.' Pronto, o caos se instalou dentro de mim! O rosto do Dr. Carlos me dizia, sem ele abrir a boca: 'Perdeu, playboy!' (tá, foi péssima essa, mas era só uma tentativa de descontração rs)

Na quinta-feira, dois dias depois do meu desmaio, fui até a Usp de Ribeirão Preto fazer a tão temida Ressonância Magnética. E como é sufocante, como dói o corpo e a mente. Dá a impressão de que eu estava sendo sugado, de volta, pra um útero tamanho gigante! (rs) O resultado foi claro e conclusivo: tumor cancerígeno na borda inferior do pulmão esquerdo, com aproximadamente 12 centímetros de extensão.

Como diria Maysa: 'Meu mundo caiuuuuuu...' É, desse dia em diante, por mais ou menos uns 6 meses, eu DESISTI de viver. O tratamento era bem agressivo, embora não tivesse sido submetido à quimio e/ou radioterapia. Por eu estar já debilitado, o médico me propôs fazer um tratamento 'revolucionário': aplicação de 5 injeções diretamente no pulmão, uma vez que descobrimos que o tumor NÃO era malígno (UFA!).

E o tratamento seguia, agora com mais sessões de terapia, aconselhamento, remédios e mais remédios. Mas minha vontade de viver não voltava, não mesmo... e, nesse momento, o mais importante pro tratamento era  exatamente a minha força, minha vontade de me curar!

Quando eu já estava sem esperanças, o inesperado acontece... [continua]


Bipolômetro: embora eu tenha sido, nos último minutos, obrigado a reviver alguns fatos tristes, ainda estou no pólo POSITIVO (a minha parte negativa, nesse momento, só está relacionada à saudade de um amigo especial, com quem não falo há uma semana!).

1 comentários:

Renan Reis disse...

snif snif......e ae o que aconteceu...o.O????

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